A Luz dos Aboim

12/07/2012

Longevidade

Filed under: Mundo — Etiquetas:, , — Carlos @ 18:12

Faz hoje, precisamente, 50 anos que, aquela que para mim é a melhor banda de todos os tempos de rock and roll e blues, deu o seu primeiro concerto!

THE ROLLING STONES

Foi no dia 12 de julho de 1962, no The Marquee Bar & Club, de Londres.

Formação actual

Como no desporto, a longevidade no mundo artístico, aliada a qualidade e sucesso, é digno de registo.

Foram 50 anos de produção musical intensa, com muitos espectáculos e digressões. Que esteja ainda muito por vir!

11/10/2011

A recessão que não acaba (e a revolução que aí vem)

Filed under: Mundo — Etiquetas:, , , — kravi @ 17:17

Há dois tipos de recessão:

Uma é a recessão cíclica, a que inevitavelmente vem e inevitavelmente vai. A experiência diz-nos que, intervindo, é possível encurtá-la, mas que resistir-lhe em demasia é inútil ou mesmo prejudicial.

A outra recessão, no entanto, a que provocou a perda dos bons empregos e o desemprego sistemático, essa chegou e nunca mais se vai embora.

Ainda alguém acredita que algum dia vão voltar os empregos onde somos muito bem pagos para fazer trabalho que pode ser sistematizado, escrito num manual ou exportado? A internet espremeu ineficiências de vários sistemas, e a possibilidade de mover trabalho de um lado para o outro, coordenar a actividade e digitalizar dados, tudo isto se junta para eliminar uma grande parte dos empregos que existiam até agora e que foram criados pela era industrial.

Há, neste momento, um nivelamento por baixo, uma corrida onde as comunidades lutam pela suspensão das regras laborais para conseguirem ser o fornecedor mais barato do mundo. O problema de uma corrida deste género é que nos arriscamos a ganhá-la.

As fábricas estiveram no centro da era industrial. Prédios onde os trabalhadores se juntam para eficientemente manufacturar carros, barcos, loiça, produtos alimentares e medicamentos, locais onde as ineficiências locais são compensadas pelos ganhos da produção em massa e das peças reaproveitáveis. Mesmo que o emprego local custe mais ao industrialista, ele tem de pagar, que alternativa é que ele tem?

Já não. Se algo pode ser sistematizado, vai ser sistematizado. Se o intermediário consegue encontrar um fornecedor mais barato, ele encontra-o. Se o consumidor não filiado pode poupar 1 euro ao clickar aqui ou ali, então é isso que ele vai fazer.

Foram as limitações geográficas que permitiram aos trabalhadores locais ganharem melhores ordenados, e foram as imperfeições de uma comunicação em constante evolução que permitiram às empresas cobrar preços mais altos.

A era industrial, a que começou com a revolução industrial, está a desaparecer. Já deixou de ser o motor de crescimento da economia e parece absurdo imaginar no horizonte grandes ordenados por postos de trabalho dispensáveis.
Isto representa uma descontinuidade significativa, uma desilusão capaz de mudar a vida de pessoas trabalhadoras que esperam por estabilidade mas dificilmente a vão conseguir. É uma recessão, a recessão de uma centena de anos do crescimento do complexo industrial.

Eu não sou pessimista, apesar de tudo, porque a nova revolução, a revolução da globalização, cria todos os tipos de nova produtividade e de novas oportunidades. Não para trabalho fabril repetitivo, no entanto. A maior parte da riqueza criada por esta revolução não parece um trabalho, pelo menos não um trabalho a tempo inteiro.

Quando toda a gente tem um computador e uma ligação ao mundo, então toda a gente é dona de uma fábrica. Em vez de nos juntarmos fisicamente, temos a possibilidade de nos juntar virtualmente, de captar atenções, de ligar trabalho e recursos, de criar valor.

Assustador? Claro que sim. Ninguém sabe bem como fazer isto, em como iniciar, visualizar, resolver problemas interessantes e depois apresentar resultados. Alguns vêem o novo trabalho como uma confusão de pequenos projectos, uma pálida imitação de trabalhos a sério. Outros percebem que esta é uma plataforma para uma espécie de arte, onde ser dono de uma fábrica não é um privilégio de uma pequeníssima minoria mas algo que centenas de milhões de pessoas podem ser.

O futuro é muito mais parecido com marketing (é improvisado, baseado na inovação e inspiração, envolve ligações entre pessoas) e muito menos com o trabalho fabril, em que tu fazes o que fizeste ontem, mas mais rápido e mais barato.

Isto significa que podemos precisar de mudar as nossas expectativas, mudar o nosso treino e como planeamos o futuro. Ainda assim, tudo isso é melhor que lutar por um estado actual das coisas que já não existe. As boas notícias são óbvias: a todas as recessões impossíveis de ultrapassar segue-se um período de crescimento e vitalidade do que vem a seguir…

Para acabar, a criação de emprego é uma falsa questão. O futuro está em trabalhos curtos, e bens e arte e uma série de parcerias e projectos em constante evolução. Isto vai mudar a nossa sociedade pelo caminho. Ninguém exige que gostemos da mudança, mas quanto mais cedo a virmos e nos decidirmos a abraçá-la mais rapidamente as dificuldades desaparecem, à medida que começamos a fazer o trabalho que precisa de ser feito (e agora pode).

Esta revolução é pelo menos tão grande como a última, e a última mudou tudo.

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